sexta-feira, 21 de maio de 2010

PODE-SE LER MAR NOS SEUS OLHOS...


Um Prémio : Ganhamos um prémio da Ciência Viva-Projecto Menina do Mar-Ecossistemas Marinhos , e como Educadoras estamos felizes, Pelo Agrupamento, por Vila Chã, mas sobretudo ...POR ELAS, as nossas Crianças dos Jardins do Facho.


Pode-se ler Mar nos seus olhos, mesmo sem o azul irisado nas suas pupilas.


Nas nossas crianças, liquidez de alegria, horizontes de futuro, questões-respostas de onda criativa.


Nunca há Mar igual Neles e com Eles. Dias de mar sereno, outros de mar encapelado na sua vivacidade, na sua alegria, no seu navegar “bolinoso” .


E nós, Educadoras, aprendizes de timoneiras, sinaleiras de ventos e marés, à proa ou à ré, lá vamos içando velas, manobrando lemes de liberdade, contornando cabos rochosos, indicando rotas-rumos para a procura da baía da alegria.


Na navegação, o apreender a geografia do olhar, o sentido fresco do convés do sonho, o marulhar ondulante do embalo dos sentidos, o cheiro bom do iodo da vida.


O Mar de olhar vista horizonte, o Mar aqui tão perto, tão vida, tão azulgrande, verde-azul, azul-verde, de todas as cores, tão praia-mar de ostensiva beleza, de mar estrelado, de esponjoso anemonamar, de eremitas do nada perder no tudo aproveitar, das algas flamejantes e dançantes em círculos estriados na fria água, das brancas e cetinadas conchinhas namoradeiras de galantes seixos...tudo, tudo atapetado de fina dourada e macia areia.



Mareantes de sonho, a Nossa Criançada. Tanta carga ao mar da nossa rotina, do nosso lugar-comum, do nosso adulto-ser para tornar o barco sonho mais leve , a viagem mais serena.


Por culpa DELAS, navegantes e pescadoras nos tornámos!


Temos a Melhor Profissão do Mundo! Marítimas Educadoras.

Teresa e Umbelina, Educadoras de Infância

quinta-feira, 20 de maio de 2010

VILA CHÃ , CIÊNCIA VIVA E...AZUL !




VILA CHÃ ...

Plana, lavrada pelo mar,
Acariciada pela brisa, tisnada, solar,

Areada de namoro de maré,

Barco altaneiro de costas à ré.



Bela, espraiada, marítima sedução,

Galanteio de qualquer Estação,
Balcão, janela, beirada,

Vila Chã...encanto de enseada.


( Teresa Maria, Educadora de Infância)





Uma Vila linda! Um Projecto que foi mesmo um Projecto, um empenho-empolgamento como só o MAR com o seu apelo consegue transmitir, e esta navegação continuada pela descoberta , pelo deslumbramento, pelo sabor a sal do sonho.

Assim da Vila, da Praia de Vila Chã, da Nossa Praia de passos marcados a compasso dos das gaivotas, esse Projecto delicioso da Ciência Viva que é o " Ecossistemas Marinhos, Biodiversidade" , a Poça de Maré, das nossas poças e da nossas marés, enfim, dos nossos olhos abertos ao que primitivamente nos parecia fechado. Abriu-se uma arca de tesouro.


A Elsa e a Marina os nossos "peixes-farol" do Projecto



o nosso Azul de tanto apetecer azul!






Os Ecossistemas Marinhos a Biodiversidade... os Livros

”Deixar os meninos inventar como os cientistas e os poetas”!
Cecília Meireles


O mais fascinante de tudo quando se trabalha em e com projecto, tem a ver com a transversalidade.
Como de um projecto podem nascer mil e um projectos, e mais e mais…


A propósito de ecossistemas marinhos e biodiversidade. Além do livro, “A Menina do Mar”, de Sophia de Mello Breyner Andresen,trabalhamos outros títulos e autores,que nos pareceram merecer atenção, não só por se integrarem no projecto, mas sobretudo pela qualidade dos textos e mensagem implícita.


“O Dia em que o Mar Desapareceu”, de José Fanha, “Lendas do Mar”, de José Jorge Letria, “Onda”,de ,Suzy Lee e “Maria e a Estrela do Mar”, de Maria Aurora Carvalho Homem, foram os livros que trabalhamos, com muito agrado nosso e dos meninos.




O livro de José Fanha, autor que as crianças tiveram o privilégio de conhecer numa visita á biblioteca da escola, fala-nos de um mar azul, de muitos mares, todos belíssimos, cheios de peixes, peixinhos, conchas ,algas… e de como uma família de pássaros horrorosa e nada civilizada, faz desaparecer o mar.



As Lendas do Mar, trouxeram-nos a história de uma sereia, por quem um pescador se apaixona perdidamente. Uma história de amor, que podia muito bem ter acontecido na nossa praia.


Um dia cheio de sol.Uma menina curiosa.Uma onda bricalhona. Num livro sem palavras, Suzy Lee, Cria imagens que paxam pelas palavras.


Uma menina que se interroga, sobre as diferenças entre as estrelas do céu e as estrelas do mar. A proposta de Maria Aurora Carvalho Homem, que agarramos com agrado.




Porque gostamos das histórias, porque nos fizeram felizes e nos levaram para outros mares, provocaram em nós outros olhares, outros horizontes, e criaram muitas pontes! Estamos a partilha-lhas.


Se as leram, vão ver como são infinitos os nossos mares!




domingo, 2 de maio de 2010

Sophia, Dona Laura e a Menina do Mar






“ Com muito cuidado para não fazer barulho levantou-se e pôs-se a espreitar escondido entre duas pedras. E viu um grande polvo a rir, um caranguejo a rir, um peixe a rir e uma menina muito pequenina a rir também. A menina, que devia medir um palmo de altura, tinha cabelos verdes, olhos roxos e um vestido feito de algas encarnadas. E estavam os quatro numa poça de água muito limpa e transparente toda rodeada de anémonas.”


“ Tu nunca foste ao fundo do mar e não sabes como lá tudo é bonito.


Há florestas de algas, jardins de anémonas, prados de conchas. Há cavalos marinhos suspensos na água com um ar espantado, como pontos de interrogação. Há flores que parecem animais e animais que parecem flores. Há grutas misteriosas, azuis-escuras, roxas, verdes e há planícies sem fim de areia fina, branca, lisa.

“ Sophia de Mello Breyner Andresen, in A Menina do Mar



Não resisti a colocar aqui um pedacinho do maravilhoso conto de Sophia. Li-o pela primeira vez, ainda menina com oito anos de idade, pela mão da minha Professora primária, a Dona Laura!


Uma daquelas professoras que jamais esquecemos. A Dona Laura que sabia usar as palavras para preparar o sonho!


Sim, porque as palavras de pouco servem se não nos fazem sonhar. E Dona Laura era especialista em sonhos. Em sonhos, ternuras e palavras. Tudo o que é preciso para se ser um bom professor!


E como era grande a alma de Dona Laura. Quando lia, a sua alma ficava com a cor do sonho, e era tão fácil amar os livros e as palavras depois de ouvi-la! Penso na sorte que tive em conhecê-la e na forma como influenciou a minha prática pedagógica.

Nunca consigo resistir a um projecto que me faça sonhar. Como este, proposto pela equipa da Ciência Viva de Vila do Conde, que a pretexto do conto de Sophia, A Menina do Mar, leva professores e meninos a conhecer os ecossistemas marinhos.

E foi assim, que pela segunda vez, fomos até á praia para estudar as poças de maré. Desde miúda que adoro “meter o pé na poça”, mas nunca imaginei que uma poça de maré fosse um lugar com tanta vida e sobretudo com criaturas tão maravilhosas!


Uma manhã inteirinha passada na praia do cruzeiro, que para quem não conhece é a praia mais bonita, depois de Vila Chã. Sob a orientação das Biólogas Elsa Santos e Marina. Manhã de Mar, descobertas, fascínios e aprendizagens.


Imaginem, estrelas-do-mar, ouriços, anémonas, várias espécies de algas, pequenos peixes, caranguejos, caracóis… tudo isto, numa poça de maré!


Mas a criatura que mais me fascinou foi o caranguejo eremita ou casa alugada. Trata-se de um pequeno caranguejo que usa as conchas de búzios ou caracóis já mortos para se proteger, pois não tem a carapaça dura como os outros. Em alguns casos as anémonas fazem-lhes companhia e fixam-se às casas dos eremitas.



Por um lado, as anémonas protegem os eremitas de predadores que os queiram atacar e, por outro, os restos de comida dos eremitas são para as anémonas. Quando os eremitas crescem e têm de mudar para conchas maiores, levam consigo as suas anémonas para o novo abrigo. Fantástico! Não acham?



E muito mais haveria para descobrir, mas a maré estava a subir. O mar que tinha deixado a descoberto os seus jardins por momentos, viria de novo cobri-los, para voltar a maravilhar-nos na próxima maré baixa!



Do Blogue "Búzio do Vento"


sábado, 1 de maio de 2010

DO MAR...DO SONHO






SAUDADE


Olá!


Neste jardim somos 13 meninos e meninas .

Ouvimos todas as semanas um pedacinho do conto com atenção:

Isso é por causa da saudade - disse o rapaz. - Mas o que é a saudade? - perguntou a Menina do Mar.

Saudade é:

"Quando as coisas que gostamos vão embora.."(Luana);


"Falta do Pai" (Rúben);


"Mudar de casa, ficar na casa nova." (Daniel);


"Quando as pessoas se vão embora , fico triste." (Beatriz);


"Saudade sai do coração porque começa a bater muito, temos saudades da coisa que nos pertence" (Luana);


"quando a mãe vai embora." (Mariana Campos).




O CONTO VOLTOU PARA TRÁS


UPS! O CONTO VOLTOU ATRÁS.




"Uma casinha virada ao mar em cima de uma duna, estragou a duna! " (Cláudia e André).


"O mar entra na casa e molha as carpetes e os sapatos……." (Cláudia)



"A casa está em cima da duna, a duna fica estragada e o mar sobe, os sargaços ficam em cima das dunas e estragam a areia."
(Luana)



"O mar sobe e as casas vão abaixo……. " (Altino)



"As pessoas vêem tudo molhado e fogem!!" (Rúben)


A PINTAR TECIDOS DE AMARELO...A COR DAS DUNAS